
O cenário de vida tem passado por transformações ao longo do tempo, assim como o cenário mundial, e é importante nos mantermos atualizados e buscarmos as melhores respostas para o caminho da realização pessoal e profissional.
O mundo está cada vez mais VICA (volátil, incerto, complexo e ambíguo)[1], e isto não é diferente na administração pública, que principalmente por causa dos avanços tecnológicos, mudanças na legislação com relação a transparência e o desenvolvimento da análise crítica da sociedade, tem acelerado a necessidade de gestores públicos mais preparados e capacitados.
A refletir melhor o cenário, quando falamos do mundo VICA, precisamos melhor contextualizar com fatos a nossa real atualidade do setor público:
- Volátil – Ritmo acelerado dos fatos com impactos imprevisíveis.
- Exemplo: Mudanças constantes nas legislações e entendimentos;
- Incerto – Alta imprevisibilidade dos acontecimentos.
- Exemplo: O gestor precisa decidir e em um cenário de constante mutação é difícil prever e planejar.
- Complexo – Interdependência e alta conectividade dos fenômenos.
- Exemplo: Decisões por menores que sejam, geram grandes impactos futuros a médio e/ou longo prazo.
- Ambíguo – Falta de clareza e alto potencial de erros de leitura.
- Exemplo: Na administração pública as decisões são pautadas na lei, e, a falta de clareza ou entendimentos conflitantes podem ocasionar erros, ou insegurança jurídica.
O que é o Cenário 4.0?
Após esta breve reflexão, acredito que a pergunta é: O que é este cenário 4.0? E o que nós da administração pública podemos fazer para realmente estarmos preparados e crescermos pessoal e profissionalmente?
Inicialmente é importante entender que a tecnologia da informação provocou uma grande reorganização em diferentes setores da vida econômica privada e pública. Com a utilização cada vez maior de recursos tecnológicos por parte das empresas, com contatos comerciais e financeiros mais rápidos e eficientes, principalmente para reduzir preços nos processos produtivos, muitas industrias passaram a produzir suas mercadorias em vários países menos desenvolvidos, diminuindo ainda mais as oportunidades de empregos nas grandes cidades e consequentemente sobrecarregando o governo que de certa forma é responsável por controlar o mercado e trazer uma soluções para os problemas da sociedade.
Este breve histórico é apenas para ilustrar as mudanças exponenciais que estamos passando, onde diversas tecnologias estão juntando o digital com o real, promovendo a conexão direta da web com eletrodomésticos, máquinas industriais e meios de transporte (denominada internet das coisas), formando o cenário 4.0.
Nesta realidade do mundo contemporâneo – universo da economia 4.0 ou quarta revolução industrial, como tem sido chamada – não há nada que podemos fazer para impedir ou evitar as necessidades de transformação que acompanham as reformas das estruturas organizacionais. Resta apenas nos perguntar: Como o gestor público pode fazer melhores escolhas de crescimento profissional neste cenário?
Ao adotar novas práticas administrativas, os órgãos públicos exigem de seus gestores novas atitudes, pois o que predominava anteriormente, como a definição clara das responsabilidades e a especialização do trabalho, está sendo substituído pela capacidade de ajustar-se rapidamente às novas necessidades a fim de responder com rapidez à sociedade, bem como integrar-se às necessidades constantes de inovação.
Desta forma, algo que podemos afirmar com boa margem de acerto é que os órgãos públicos que apresentam melhores resultados são aqueles que não estão presos a processos burocráticos e que buscam se revitalizar constantemente, e este fato contempla cada administrador público, pois, qualquer empresa pública ou privada é feita de pessoas.
E onde o Gestor Público se encaixa?
Pensando então, de forma mais clara no que o gestor público precisa fazer, para sobreviver e prosperar neste cenário 4.0, o primeiro aspecto importante é a atenção quanto a necessidade de desenvolvimento pessoal e profissional focado em novas competências para se ajustar às recentes dinâmicas.
As novas práticas de gestão demandam dos gestores uma maior capacidade de compreensão das mudanças e abertura às inovações. Estes precisam ser resilientes e estar aptos a tomar decisões rápidas e sábias, ajustando-se às suas equipes com bastante polivalência e multifuncionalidade.
Este aspecto de multifuncionalidade é bem relevante, pois o gestor necessita ter o conhecimento macro da organização e entender bem seu papel na administração pública. Este papel requer qualidades, que podemos chamar de economicamente valiosas do profissional 4.0, que são:
- É proativo;
- Busca, por si próprio, o desenvolvimento de suas competências;
- Apresenta iniciativa e não se apavora com incertezas;
- É colaborativo;
- Busca inovação;
- Tem um olhar amplo e verifica oportunidades de melhorias;
- É responsável e questionador;
- Cuida de sua saúde física e emocional;
- É positivo;
- É flexível e resiliente;
- Possui inteligência emocional;
- Possui competências socioemocionais;
- Está disponível para as necessidades do órgão.
Sendo assim, enfatizamos que o gestor público que quiser atuar no cenário 4.0, deverá buscar abrir a mente para as novidades do desenvolvimento pessoal e profissional, entendendo que o profissional de sucesso é apenas a extensão do homem de sucesso, ou seja, precisamos melhorar e muito nossas competências humanas e técnicas.